A Rede de Observatórios da Segurança, projeto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), apresentou no relatório “A cor da violência policial: a bala não erra o alvo” dados inéditos sobre a cor das vítimas de violência letal policial em estados brasileiros, comprovando que os negros são os que mais morrem por violência policial, independentemente do tamanho da população negra do local.

Os dados do levantamento são um retrato do ano de 2019 do monitoramento realizado em cinco estados (Bahia, Ceará, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro) e tem como objetivo colocar em foco esses números, que eram escassos ou inexistentes até o momento, mas que agora evidenciam que o racismo mata e estrutura as políticas de segurança pública brasileiras.

Na Bahia, um dos estados com a maior população negra no Brasil (76,5%), cerca de 97% das vítimas policiais são negras. Em Pernambuco esse valor chega a 93%, no Rio de Janeiro, 86% e em São Paulo, 62,8%, sendo que a população negra desses estados, de acordo com o censo do IBGE, é de 61,9%, 51,7% e 34,8%, respectivamente.  No Ceará, 77% dos registros de morte pela polícia não informaram a cor da vítima, mesmo 67% da sua população sendo negra.

Apesar de vários estados não declararem a cor das vítimas de violência policial letal, os dados apresentados evidenciam que a violência policial tem alvo específico, com raça e cor definidos. O racismo é o motor das ações e está presente de forma estrutural e institucional na segurança pública do país. Os números encontrados são essenciais para dimensionar o perfil destas vítimas para que assim seja possível pensar na criação de novas políticas públicas. 

Aceso o relatório completo: http://observatorioseguranca.com.br/wp-content/uploads/2020/12/A-Cor-da-...

Fonte: Relatório “A cor da violência policial: a bala não erra o alvo”
RAMOS, Silvia (coord.). A cor da violência policial: a bala não erra o alvo. Relatório de pesquisa. Rio de Janeiro: Rede de Observatórios da Segurança/CESeC, dezembro de 2020.